Notícia em 17/10/2014 15h38-
Medição ocorreu na Zona Norte da capital às 14h desta sexta-feira.
Estação da Prefeitura marcou 39,3°C, com sensação térmica de 47ºC.
A cidade de
São Paulo registrou temperatura máxima de 37,8ºC às 14h desta sexta-feira (16) e bateu recorde histórico de calor, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Esse é o registro mais alto desde o início das medições, em 1943, na estação do Inmet no Mirante de Santana, Zona Norte.
Até então, a máxima absoluta mais alta na capital havia sido de 37ºC, registrada em 10 de janeiro de 1999, ainda de acordo com o Inmet. Os dados do instituto de meteorologia mostram que 2014 teve cinco das dez temperaturas mais altas na cidade em 71 anos (veja tabela abaixo).
A estação Jaçanã/Tremebé, também na Zona Norte, controlada pelo Centro Gerenciamento de Emergências (CGE), órgão da Prefeitura, marcou temperatura ainda mais alta, de 39,3°C, às 13h50. A sensação térmica na região, segundo os meteorologistas, chegou a 47°C em locais descobertos. Mesmo os números do CGE sendo mais altos que os registros do Inmet, os dados histórios consideram as medições do instituto nacional de meteorologia.
De acordo com a Climatempo, vários municípios que já atingiram recordes de temperatura absolutos, ou as maiores marcas de 2014, podem registrar valores superiores até domingo (19), quando é previsto o ápice de calor por causa de uma massa de ar quente e seca na atmosfera.
RECORDES DE CALOR EM SP DESDE 1943 |
37,8ºC | 17/10/2014 |
37ºC | 20/01/1999 |
36,7ºC | 19/01/1999 e 21/01/1999 |
36,6ºC | 31/10/2012 |
36,4ºC | 07/02/2014 |
36,3ºC | 08/02/2014 |
36,1ºC | 30/10/2012 |
36ºC | 09/02/2014 |
35,9ºC | 01/02/2014 e 13/10/2014 |
35,7ºC | 03/12/1998 e 10/10/2002 |
(Fonte: Inmet) |
Massa de ar seco
O Centro de Gerenciamento de Emergências também registrou umidade relativa do ar mínima de 38% na capital paulista nesta sexta-feira. A massa de ar seco formada é do mesmo tipo que a que atingiu alguns estados brasileiros no começo do ano e provocou um longo período de estiagem no Sudeste – que teve consequências graves para o abastecimento de água na Grande São Paulo. No entanto, ela deve se dissipar ainda na segunda-feira (20) (leia mais abaixo).
De acordo com Vitor Kratz, meteorologista da Climatempo, a “bolha de calor histórica”
se formou devido ao fortalecimento do ar seco na atmosfera. Com isso, ela bloqueia desde o início desta semana a entrada de frentes frias, responsáveis por dar um refresco com a derrubada das temperaturas e formação de chuvas.
Segundo ele, o calor teria relação com o surgimento do El Niño, provocado quando a temperatura do Oceano Pacífico aumenta. De acordo com os cientistas, a anomalia na costa pacífica da América do Sul enfraquece os ventos alísios (que sopram de leste para oeste) na região equatorial e provoca uma mudança no padrão de transporte de umidade pelo globo, variações na distribuição de chuvas em regiões tropicais e de latitudes médias e altas, além de inconstância nas temperaturas.
Fonte: http://g1.globo.com