Sinopse -
Canções - Mario Quintana
Seu segundo livro de poemas, Canções, é lançado em 1946 pela
mesma editora, com ilustrações de Noêmia. O salto decisivo que Quintana
empreende nesse livro, em termos formais, consiste na utilização do verso livre
e na ampla gama de poemas escritos em verso branco, ou seja, com métrica, mas
sem rima. Boa parte desse influxo advém da poesia modernista, com a qual
Quintana, em certo sentido, afina sua escrita. Outra mudança que se observa
nesse livro é de ordem temática: a inspiração popular. Como assinala Gilda
Neves Bittencourt no prefácio de Canções, diferentemente de A rua dos
cataventos, o poeta deixa-se levar "mais ao sabor do próprio poema,
permitindo que ele o conduza pelos caminhos da sonoridade e da dança,
explorando inclusive o espaço gráfico e desligando-se do conteúdo significativo
em favor do elemento sonoro dos versos.
CANÇÃO DE DOMINGO
“Quem dança que não se dança?/ Que trança não se destrança?
/
O grito que voou mais alto / Foi um grito de criança. //
... O céu estava na rua? / A rua estava no céu? /
Mas o olhar mais azul / Foi ela quem me deu!”
Essa canção, mais tarde foi musicada e gravada por Edu Lobo,
ainda no tempo dos discos compactos de 45rpm.
CANÇÕES DO CHARCO
“Uma estrelinha
desnuda / Está brincando no charco. //
Coaxa o sapo. E como coaxa! / Estrelinha dança em roda.” //
... Uma estrelinha desnuda / dança e pula sobre o charco...”
CANÇÃO DE GAROA
“Em cima do meu telhado / Pirulin lunin lunin,
/ um anjo, todo molhado, / soluça no seu flautim. //
.. E chove sem saber por quê... / E tudo foi sempre assim! /
Parece que vou sofrer: Pirulin lunin lunin...”
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