domingo, 5 de setembro de 2010

Eu um velho menino



Quando meus olhos cansarem
de observar as belezas da vida,
quero fechá-los sem nada ter perdido

ao meu derredor, ter visto e ouvido
o gorjeio dos pássaros,
como velho que sou...
E sentir que eles cantam a sua liberdade
como um menino a brincar...

Ver o crepúsculo do sol
e a noite em seu zênite
com a majestosa lua
a iluminar meu olhar cansado,
de velho que sou...

E sentir-me-ei como um menino
Que nasce para a vida!
Assim é o sol em seu levante
para aquecer a terra.

Saber dosar o que digo
e como velho ser sábio
frente às mazelas da vida...

E tal um menino, vivo e fugaz,
com uma vontade enorme de ficar velho.

...
Mas, mesmo velho!
Isso importa?
Ainda importa!
Como velho sou menino,
com sede de viver e amar!



Luís Carlos Mordegane
umvelhomenino
ISBN 859046921-2

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