quinta-feira, 9 de setembro de 2010

zk (zeca)


Minhas varizes faceais mapeiam a hidrografia do meu rosto.
Esculpindo profundos Vales de Solidão e desgosto.
Minha pele seca e rachada com algumas tatuagens opaca não contam um décimo de minha saga.
A ausência de saúde, dentes, músculos, me tornou um eremita, a espreita da estreita e sombria caverna da vida.
Sustento por grandes pés um corpo fraco,guenzo,debilitado...
Minha boca é uma caverna oca e cheia de germes, o meu bom dia tem cheiro de fezes.
Na garrafa vejo toda minha sina...
Solidão, Poesia e Ruína!
Meus olhos grandes e negros guardam letais segredos tendo a incrível capa cidade de mudar de cor, toda vez que barbaramente é atacado pelo amor.
Sentimento que me causa nojo!
Sinto repudio ao gozo!
Tenho nojo do cheiro do sexo, dos seus fluidos e objetos.
Assim como toda doença fulminante sou discreto.
As manchinhas da minha pele, tão bonitas escondem sua cancerosidade. Assim como aquele sinalzinho preto que você lambe também é um tumor.



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