segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015
Mamy Help me"
Minha filha sumiu na área, dizia ela!
Nenhum telefonema será que está bem, só preocupações, meu Deus! Ela simplesmente esquecera-se de ligar, pedindo dinheiro, pedindo favores, exigindo carinho, ausência daquela carta prometida via correio que nunca chegara, cobrando aquela ligação demorada que não foi feita para falar de seus anseios, de seus planos para o futuro, das brigas com o namorado que se estranham a todo momento, do desabafo entre mãe e filha, etc...
Por um lado isso é bom, dizia a mãe - é sinal que as coisas do lado de lá caminham bem e ela não precisa de mim... Senão já daria o alerta: "Mamy Help me!"
Na semana retrasada o "whatsApp" não parava de chegar mensagens a todo instante, bombardeando a caixa postal com inúmeras msg de "Mamy help me!" precisando com urgência de artefatos para ser enviados via correio tudo porque o estoque estava vazio, perguntava porque deixa tudo pra última hora sabendo que ia precisar de tais produtos, com toda inocência, ainda de menina responde “porque eu vi só agora".
E lá vai ela, a pobre mãe a correr contra o tempo para suprir os desejos da menina mimada que sempre fora - filha única é assim mesmo dizia vovó!
Erros de quem, da mãe mimar a menina ou do mundo consumista de suprir carência pagas por desejos materiais realizados por ausência de pais ausentes que refugiaram-se nos seus trabalhos para dar o que não tiveram em sua infância para sua filha amada.
Não importa culpar a mãe ou o mundo, a realidade existe: filho é pra sempre e não importa onde vá, leva a metade de seu coração pelo mundo adentro. E onde estiver, mamãe vai estar atenta ao chamado de sua cria e vai ajudá-la porque o seu íntimo vai exigir o grito interno que não cessa: onde está meu baby agora?
Maria Jeremias dos Santos
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