domingo, 22 de março de 2015

Resumo do livro "TIL" de José de Alencar


  
José de Alencar (1829-1877)

                                      Tempo Narrativo - Livro "TIL"

A obra foi escrita em 1872, mas resgata um passado de intrigas, segredos, amores e vinganças que vai de 1826, passado das personagens, a 1841, presente deles.
O tempo narrativo é cronológico, mas o narrador utiliza-se de dois planos temporais: na primeira parte da obra, temos a linearidade absoluta; na segunda parte, mescla flashbacks e revelações da primeira parte.
Os primeiros capítulos o narrador prende-se a apresentar a origem das personagens e suas ligações. Como o romance foi inicialmente publicado em folhetins, os desvendamentos posteriores dos dramas humanos ofereciam o suspense necessário para que os leitores consumissem folhetins; além disso, o recurso era bem-vindo ao Romantismo. Os antigos folhetins representavam exatamente o que as novelas da televisão representam hoje: a trama parte de certo ponto do qual o leitor/telespectador começa a acompanhá-la para esclarecer os mistérios que vão surgindo; por essa razão, a narrativa volta ao passado para explicar a origem das personagens.
Embora não se possa esperar do romance a linguagem regionalizada, Alencar tratou de colocar em evidência alguns costumes rurais da época. O princípio da simplicidade na escrita, já que a burguesia era a principal consumidora da produção literária no período; portanto, os textos deveriam ser simples e inteligíveis para aquela classe social.

Foco Narrativo

A narração do romance é feita em terceira pessoa. O narrador é onisciente; ele conhece, sabe todos os pensamentos e planos das personagens e os revela ao leitor. Entretanto, em alguns fragmentos, surge um narrador em primeira pessoa, relembrando os acontecimentos ou interrogando-os. Isso ocorre pelo fato de ter sido publicado anteriormente em folhetins, criando uma espécie de “conversa” com o leitor a fim de que o narrador pudesse emendar os assuntos.

Personagens

  • Afonso, irmão de Linda e apaixonado por Berta;
  • Berta, também conhecida como Til, personagem principal, descrita como "pequena, esbelta, ligeira, buliça, altruísta";
  • Besita, mãe de Berta, assassinada pelo seu marido, Ribeiro;
  • Brás, deficiente mental, sobrinho de Luís Galvão;
  • Chico Tinguá, dono da hospedagem da estrada de Santa Bárbara, amigo de Jão Fera.
  • Domingão, professor de "primeiras letras", um "mestre latagão de verbo alto e punho rijo";
  • Dona Ermelinda, esposa de Luís Galvão, não conhece o passado do marido;
  • Faustino, pajem de Luís Galvão, participante da trama para matar seu amo. Foi morto por Jão Fera;
  • Gonçalo Suçuarana, também conhecido com Pinta, jagunço, tinha inveja da fama ameaçadora de Jão Fera. Foi morto por Jão Fera;
  • Inhá Tudinha, viúva, mãe de Miguel e mãe adotiva de Berta;
  • Jão Fera, também conhecido como Jão Bugre, jagunço, apaixonado por Besita (mãe de Berta) na juventude, zela por Berta à pedido de sua amada;
  • Linda, filha de Luís Galvão e amiga de Berta, apaixonada por Miguel;
  • Luís Galvão, pai de Linda, marido de dona Ermelinda;
  • Miguel, filho de Inhá Tudinha, inicialmente apaixonado por Berta, passa a gostar de Linda à pedido de sua amada;
  • Monjolo, escravo de Luís Galvão, participante da trama para matar seu amo. Foi morto por Jão Fera;
  • Ribeiro, também conhecido como Barroso, marido de Besita, matou sua esposa por ciúmes;
  • Zana, mucama de Besita, enlouqueceu após presenciar a morte da ama;

Características da Obra

  • Trata-se de um romance Regionalista da escola literária do Romantismo, seu autor, Jose de Alencar busca mostrar a vida do Caipira do interior de São Paulo do seculo XIX, vocabulário e costumes da região,  as diferenças sociais da época (escravos, capangas, pobres e ricos donos de terras).
  • O Romance é ambientalizado em Campinas, interior de SP, onde ha’ o contraste entre aspectos sociais, marginalização que sofrem personagens pobres como Miguel (que para casar-se com Linda teve de ir estudar na capital). Mostra-se também um pouco do namoro da época e festas como a de São João.
  • Mostra-se o ambiente dos escravos e senzala e seus conflitos como a rivalidade entre duas negras, além da marginalização consciente dos escravos como Faustino e Monjolo, os quais conspiram para a morte de Galvão.
  • O Romance, publicado em 1872, segue o clima do Folhetim em que os capítulos são curtos e terminam num momento de clímax. Além disso, a temática do suspense e do soturno são marcas registrados da obra, que é repleta de aventuras, momentos de tensão como quando Berta corre perigo fugindo de Porcos selvagens furiosos.
  • No Livro, Berta é sempre comparada a Flor, no capitulo inicial surge uma imagem de flor bela, mas imatura; já no fim do livro (no poente do sol) a imagem da flor se repete mostrando a “Flor Interior” cheia de caridade e abnegação.

Fonte: Travessia Poética.com.br

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