Memórias de um sargento de milícias
Autor Manuel Antônio de Almeida
Leonardo e Maria viajavam de Lisboa rumo ao Rio de Janeiro, no navio se apaixonaram, logo após casaram e tiveram um filho chamado Leonardo, que desde pequeno era manhoso e arteiro. Com o passar do tempo Maria começou a trair o marido e quando esse descobriu, deu uma surra na mulher, que acabou fugindo com seu amante, o capitão de um navio, para Lisboa. Leonardo simplesmente foi embora, abandonando o filho.
Leonardo (filho) ficou então aos cuidados de seu padrinho, um barbeiro “bem arranjado”, que passou a estimar muito o menino. Planejou fazê-lo padre, iniciou a escrita e a leitura, bem precariamente, e depois o encaminhou à escola. Por esses tempos a madrinha de Leonardo também apareceu e lhe visitava sempre. O menino não passava um dia sem apanhar na escola com a palmatória do mestre. Quando passou a ir sozinho, faltava às aulas e ia para igreja se juntar a Tomás e fazer bagunça.
Imaginando a facilidade que teria em aprontar se viesse a ser coroinha como o amigo, pediu ao padrinho que lhe fizesse tal, o padrinho aceitou alegremente o interesse pela igreja. Mas logo o menino foi expulso por tanto aprontar. Já rapaz levava uma vida de vadio. Ele e seu padrinho passaram a frequentar a casa de D. Maria, essa tinha uma sobrinha, Luisinha, Leonardo apaixonou-se por ela.
Em meio às suas intenções, apareceu um rival, José Manuel, sua madrinha tomou parte e inventou uma mentira para que o rival de seu afilhado perdesse a estima que tinha. Nesses tempos o padrinho morreu e Leonardo foi viver com seu pai que, depois de muito lutar por uma cigana, acabou casado com a filha da comadre. Ele não se dava muito bem com a madrasta, então, em um dia após visitar D. Maria e não ver Luisinha, se envolveu de novo em uma briga com a madrasta, seu pai tomou parte dela e o ameaçou com uma espada. Leonardo fugiu para a rua.
Depois de muito andar encontrou-se com Tomás e mais uns amigos, dentre eles Vidinha, que lhe despertou uma nova paixão. Foi viver na casa deles, lá viviam duas senhoras irmãs, uma era mãe de três moças e outra, mãe de três rapazes. Uma das moças era namorada de Tomás e Vidinha era a paixão de dois dos rapazes. Como essa se mostrava mais interessada em Leonardo, os dois primos armaram contra ele.
A armação levou-o preso pelo major Vidigal, homem muito temido. Mas antes que chegasse à cadeia, o rapaz fugiu. Com o objetivo de evitar motivos para uma nova prisão, a madrinha de Leonardo lhe arrumou um emprego na casa-real, mas o rapaz logo foi despedido por ter se aproximado da mulher de um dos homens do poder da casa.
Ao saber de tal acontecimento, Vidinha foi tomar satisfações. Leonardo saiu atrás dela para impedir, quando chegaram à porta da casa, na indecisão de entrar ou não, ele acabou sendo levado por Vidigal que o esperva por lá. Nesses tempos a mentira da madrinha tinha vindo à tona e José Manuel foi redimido e ganhou a mão de Luisinha em casamento, logo depois mostrou o mau caráter que tinha.
Leonardo foi feito granadeiro do major Vidigal, Vidinha e sua família buscaram muito por ele e, sem encontrar, passaram a odiá-lo por cometer a desfeita de abandonar sem explicação quem o acolhera. Em uma noite, Vidigal, armando a prisão de Teotônio, mandou Leonardo até a casa do pai dele, lá estava dando a festa de batizado da filha de tal e Teotônio animava a festa. Leonardo ficaria no batizado para facilitar a captura, Vidigal e seus homens esperavam na porta.
No entanto, Leonardo se sentiu um traidor e armou com Teotônio sua fuga sem que se comprometesse. O plano deu certo, mas de tão alegre que ficou acabou por se denunciar. Vidigal então o prendeu. Ao saber de tal coisa sua madrinha foi rogar por ele ao major, sem resultado; após uma forte reconciliação com D. Maria, foi as duas pedir a libertação do rapaz, o que não conseguiram.
As duas senhoras foram atrás da ajuda de Maria-Regalada, a primeira paixão de Vidigal, ela concedeu a ajuda e as três foram implorar pela libertação de Leonardo. Depois de muito tentar e nada conseguir, Maria-Regalada falou em particular com Vidigal, disse que se libertasse o rapaz iria viver com ele, como ele já lhe pedira muitas vezes. Com tal proposta, o major cedeu e ainda prometeu uma surpresa.
Durante tais acontecimentos Luisinha ficou viúva, foi no dia do enterro de José Manuel que Leonardo apareceu, tinha sido feito sargento. Passou a frequentar novamente a casa de D. Maria, seus interesses por Luisinha renasceram e os dela também. A madrinha e D. Maria estavam mais do que de acordo com o casamento deles, o que impedia era o posto de sargento, que não permitia o casamento. Pediram então novamente a ajuda de Vidigal, que nesses tempos já vivia com Maria-Regalada. O homem cedeu com gosto e fez de Leonardo sargento de milícias, ofício que permitia o casamento.
Dado a essas circunstâncias, casou-se com Luisinha. Depois de tais acontecimentos, Leonardo pai e D. Maria faleceram.
Leonardo (filho) ficou então aos cuidados de seu padrinho, um barbeiro “bem arranjado”, que passou a estimar muito o menino. Planejou fazê-lo padre, iniciou a escrita e a leitura, bem precariamente, e depois o encaminhou à escola. Por esses tempos a madrinha de Leonardo também apareceu e lhe visitava sempre. O menino não passava um dia sem apanhar na escola com a palmatória do mestre. Quando passou a ir sozinho, faltava às aulas e ia para igreja se juntar a Tomás e fazer bagunça.
Imaginando a facilidade que teria em aprontar se viesse a ser coroinha como o amigo, pediu ao padrinho que lhe fizesse tal, o padrinho aceitou alegremente o interesse pela igreja. Mas logo o menino foi expulso por tanto aprontar. Já rapaz levava uma vida de vadio. Ele e seu padrinho passaram a frequentar a casa de D. Maria, essa tinha uma sobrinha, Luisinha, Leonardo apaixonou-se por ela.
Em meio às suas intenções, apareceu um rival, José Manuel, sua madrinha tomou parte e inventou uma mentira para que o rival de seu afilhado perdesse a estima que tinha. Nesses tempos o padrinho morreu e Leonardo foi viver com seu pai que, depois de muito lutar por uma cigana, acabou casado com a filha da comadre. Ele não se dava muito bem com a madrasta, então, em um dia após visitar D. Maria e não ver Luisinha, se envolveu de novo em uma briga com a madrasta, seu pai tomou parte dela e o ameaçou com uma espada. Leonardo fugiu para a rua.
Depois de muito andar encontrou-se com Tomás e mais uns amigos, dentre eles Vidinha, que lhe despertou uma nova paixão. Foi viver na casa deles, lá viviam duas senhoras irmãs, uma era mãe de três moças e outra, mãe de três rapazes. Uma das moças era namorada de Tomás e Vidinha era a paixão de dois dos rapazes. Como essa se mostrava mais interessada em Leonardo, os dois primos armaram contra ele.
A armação levou-o preso pelo major Vidigal, homem muito temido. Mas antes que chegasse à cadeia, o rapaz fugiu. Com o objetivo de evitar motivos para uma nova prisão, a madrinha de Leonardo lhe arrumou um emprego na casa-real, mas o rapaz logo foi despedido por ter se aproximado da mulher de um dos homens do poder da casa.
Ao saber de tal acontecimento, Vidinha foi tomar satisfações. Leonardo saiu atrás dela para impedir, quando chegaram à porta da casa, na indecisão de entrar ou não, ele acabou sendo levado por Vidigal que o esperva por lá. Nesses tempos a mentira da madrinha tinha vindo à tona e José Manuel foi redimido e ganhou a mão de Luisinha em casamento, logo depois mostrou o mau caráter que tinha.
Leonardo foi feito granadeiro do major Vidigal, Vidinha e sua família buscaram muito por ele e, sem encontrar, passaram a odiá-lo por cometer a desfeita de abandonar sem explicação quem o acolhera. Em uma noite, Vidigal, armando a prisão de Teotônio, mandou Leonardo até a casa do pai dele, lá estava dando a festa de batizado da filha de tal e Teotônio animava a festa. Leonardo ficaria no batizado para facilitar a captura, Vidigal e seus homens esperavam na porta.
No entanto, Leonardo se sentiu um traidor e armou com Teotônio sua fuga sem que se comprometesse. O plano deu certo, mas de tão alegre que ficou acabou por se denunciar. Vidigal então o prendeu. Ao saber de tal coisa sua madrinha foi rogar por ele ao major, sem resultado; após uma forte reconciliação com D. Maria, foi as duas pedir a libertação do rapaz, o que não conseguiram.
As duas senhoras foram atrás da ajuda de Maria-Regalada, a primeira paixão de Vidigal, ela concedeu a ajuda e as três foram implorar pela libertação de Leonardo. Depois de muito tentar e nada conseguir, Maria-Regalada falou em particular com Vidigal, disse que se libertasse o rapaz iria viver com ele, como ele já lhe pedira muitas vezes. Com tal proposta, o major cedeu e ainda prometeu uma surpresa.
Durante tais acontecimentos Luisinha ficou viúva, foi no dia do enterro de José Manuel que Leonardo apareceu, tinha sido feito sargento. Passou a frequentar novamente a casa de D. Maria, seus interesses por Luisinha renasceram e os dela também. A madrinha e D. Maria estavam mais do que de acordo com o casamento deles, o que impedia era o posto de sargento, que não permitia o casamento. Pediram então novamente a ajuda de Vidigal, que nesses tempos já vivia com Maria-Regalada. O homem cedeu com gosto e fez de Leonardo sargento de milícias, ofício que permitia o casamento.
Dado a essas circunstâncias, casou-se com Luisinha. Depois de tais acontecimentos, Leonardo pai e D. Maria faleceram.
Por Rebeca Cabral
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